A minha postura perante a religião é talvez uma das maiores bipolaridades da minha personalidade. Dificilmente consigo destacar uma opinião minimamente definitiva e há muitas questões flutuando e que me fazem levantar as mais diversas perguntas quando o tema é aberto.
Em soma a este meu resguardar religioso, estava a minha falta de crédito por Papas. Pouco ou nada me diziam e pouco ou nada traziam de novo para que o meu pensamento sobre a religião andasse para um porto seguro e, portanto, aqui confesso que quando houve a nomeação do novo Papa Francisco, a minha atenção foi bastante reduzida e a minha desconfiança e descrédito ali permaneceu.
Aqui reconheço o espanto que este novo Papa tem revelado e me faz sentir uma certa admiração. Por inúmeras razões mas, em especial, pela irreverência pelo bem. Qualquer Papa conseguiria garantir destaque, é algo fácil dada a sua posição, mas um destaque em prol do próximo é algo raro e muito altruísta. É um facto que este Papa já foi notícia por coisas mais afastadas da religião como selfies ou o seu constante desafio à segurança (que me faz pensar na dor de cabeça que o núcleo de segurança deve passar cada vez que o mesmo desafia os limites) mas, para mim, o Papa Francisco revelou algo que, finalmente, me fez perceber no que me faz ainda manter um pé preso à religião, não a abandonando por completo: os valores.
Se despirem a religião de orientações, deuses ou tradições, a religião é um culto não só de fé mas de fé pelos outros, de ajudar os outros. Do perdão, da tolerância e do amor. Seja qual for o passado, o presente ou o futuro de todos os acessórios que compõem a religião, estes são os valores que assentam na fé. E é isso que o nosso novo Papa tem revelado: a humildade, a fé, a tolerância e o perdão, que são valores quase esgotados e inexistentes na sociedade hoje em dia e no entanto, a cada gesto novo que ele executa, uma nova lembrança a cada um de nós para sermos um pouco mais bondosos. Eu gosto de admirar pessoas que fazem puxar o melhor de mim, quer a nível académico, profissional, desportivo ou pessoal. E acho que este Papa Francisco (abençoado seja) tem feito um dos melhores trabalhos desta última década: dignificar a fé e a religião e mostrar o lado bom de sermos crentes sem sermos cegos em relação à ciência e às coisas exactas.
Eu espero que este Papa viva e viva muito. Assim que me apercebi do seu dinamismo e irreverência, da sua pouca preocupação com a segurança, concluí que não faltará muito até que tentem terminar o seu caminho. Não é um pensamento isolado, em conversa com outras pessoas, parece-me que temos todos o mesmo presságio: a tentativa de o silenciar. E se, na minha condição tão pouco religiosa, me permito, eu rezo para que este Papa viva o máximo que puder e continue a espalhar os valores mais belos da Humanidade.
Sou da mesma opinião que tu! Não sei bem qual é o meu pé em relação à religião mas este papa p~e-me a pensar e fez mostrar que ainda tenho alguma fé no mundo! Que ela viva mesmo por muito s e longos anos!!!
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ResponderEliminarEu tenho um carinho muito especial por este Papa!
ResponderEliminarUma das coisas que detesto no mundo da religião, são as pessoas que se assumem convictamente religiosas e depois não têm valores, sentido moral nem respeito pelos outros.
ResponderEliminarFelizmente conheço pessoas que ainda me fazem acreditar que a religião tem um propósito nesta vida.
Que texto bonito e diferente! Também espero que este papa viva muito! Tem feito um ótimo trabalho!
ResponderEliminarBeijinho*
O exemplo de testar a segurança é só um de muitos. Abdicou das "vestes" habituais de designers com renome e já foi notícia por ter ido almoçar à cantinha do Vaticano, coisa que não deve ser de todo normal. Concordo com o que escreves embora não acompanhe tudo sobre este assunto como gostava.
ResponderEliminarConcordo completamente contigo! Também não dei muita atenção ao assunto quando foi escolhido o novo Papa, mas assim que começaram a surgir as notícias sobre as suas ações tão radicais e altruístas, a minha crença e a minha fé na humanidade ressurgiu.
ResponderEliminarTambém acho que esta história toda não vai acabar bem para o Papa, mas acho que este pelo menos, devia viver longos e bons anos!